Especial: a nova onda das remasterizações
Uma transição de geração de consoles nunca é fácil. As empresas precisam de tempo e paciência para que seus novos hardwares se estabeleçam no mercado. Muitas vezes, o custo alto dos novos sistemas faz com que uma parcela dos jogadores continuem em seu sistema atual.
Eu não fiz parte da transição do PS2 para o PS3. Meu primeiro PS3 veio somente quatro anos após seu lançamento oficial. À época em que eu comprei o novo Playstation, já havia uma grande quantidade de jogos exclusivos para que eu pudesse desfrutar da potência da nova máquina sonysta. Lembro-me de ter pegado três jogos com o aparelho: God of War Collection, God of War III e PES 2010. Jogos são caros, então pensei que pegar o GoW Collection seria algo positivo, pois eram dois games em um. Fui com extrema sede a esse pote. Continuei sentindo sede.
As remasterizações não começaram por agora
Ao contrário do que parece, o processo cada vez mais forte de remasterização e o então relançamento de diversos jogos não ganhou força somente com agora, com a nova geração de consoles. Nos tempos áureos do PS3 e XBox 360, inúmeros games da geração PS2/XBox vieram para complementar o hall de remasterizações em alta definição. Prince of Persia Trilogy, Splinter Cell Trilogy, Devil May Cry HD Collection, Jak and Daxter Collection e Sly Collection são apenas alguns dos exemplos. São jogos que, para quem não teve oportunidade de jogá-los em suas plataformas originais, fazem valer a pena a aquisição, tanto pela quantidade do pacote, quanto pela qualidade, afinal todos trazem imagens em alta definição, gráficos polidos e, em alguns casos, remodelados, além de atualizações técnicas de desempenho.
A realidade agora é outra
Mas o que eu achava uma grande vantagem quando eu tinha o PS3, se tornou um caça-níquel (bem caro, por sinal) nestes tempos de nova geração. Vamos citar alguns exemplos que chegaram para PS4 e/ou XOne nos últimos dois anos: The Last of Us Remastered, DmC Definitive Edition, Tomb Raider Definitive Edition, Sleeping Dogs Definitive Edition e Resident Evil HD Remaster.
É claro que quem não jogou tais jogos terá a oportunidade de experimentá-los em um potencial muito maior (ressalto que o PC já oferecia tal oportunidade). Mas a verdade é que seria muito mais interessante se houvesse uma honestidade por parte da produtora com relação às plataformas que o seu game irá chegar. Vou citar dois exemplos.
Em 2014, chegou às prateleiras Borderlands The Pre-Sequel, para PS3 e XBox 360. Agora em 2015, tivemos o pacote The Handsome Collection, contendo Borderlands 2 e o The Pre-Sequel. Borderlands 2 é de 2012, e a gente pode dar um desconto por não ter sido programado para as plataformas mais novas. Mas The Pre-Sequel é sacanagem. Podiam ter avisado que o game seria sim lançado para PS4 e XOne num futuro próximo.
Isso aconteceu com Diablo III. Quando foi anunciada sua versão para consoles, lá na E3 de 2012, junto com o PS4, a Blizzard divulgou todas as plataformas que o game estaria presente. Um ano após seu lançamento para PS3 e Xbox 360, e o game chegou para PS4 e XOne. Quem quisesse esperar, ótimo, quem não quisesse, ótimo também, pois poderia jogar a versão para o seu console. Particularmente, eu experimentei ambas as versões, tanto a da geração passada quanto a da geração mais nova. Isso é tratar o consumidor com honestidade e respeito.
Remaster, remake e relaunch
Bem, aqui eu entro em um campo estritamente de opiniões. A remasterização se dá quando há a otimização de um game por completo, melhorando seus componentes visuais e sonoros sem mexer muito na raiz do game, por exemplo. Um remake seria um jogo refeito, ou seja, um game que já foi lançado, mas foi desenvolvido quase do zero com as tecnologias mais recentes. Geralmente isso ocorre com jogos de décadas atrás. Já o relançamento (relaunch) é simplesmente pegar o que existe e lançar para um novo sistema. Ok, sem problemas. Acontece muito com pacotes de jogos que vem com DLCs, ou mesmo com jogos que já foram exclusivos de uma plataforma.
Exemplo de remasterização: God of War Collection (God of War e God of War II, originalmente lançados para PS2).
Exemplo de remake: Resident Evil – originalmente lançado para PS1, em 1996 – Remake lançado para Game Cube, em 2002.
Exemplo de relançamento: Dust: An Elysian Tail – originalmente lançado para Xbox 360 em 2012, sendo lançado para PC em 2013 e para PS4 em 2014.
A onda de jogos reaproveitados tende a aumentar cada vez mais, pois são jogos que vendem bem. Infelizmente, títulos como God of War III, que terá sua versão “remasterizada” lançada no meio do ano para PS4, irão sofrer com isso. Falando de God of War III em si, quem conhece o game sabe que ele não deixa nada a desejar nos aspectos técnicos rodando em sua plataforma original, o PS3. Mas a Sony está tão afoita em trazer um de seus maiores ícones para seu novo sistema que vai atualizar o game com taxa de quadros por segundo aprimorada e resolução aumentada. Na minha opinião, meras perfumarias. De qualquer maneira, comprarei-o, na esperança de que tenha pelo menos alguma coisa diferente. Sonhar é de graça, afinal de contas.
Eu gostaria, sinceramente, de ver um remake de títulos de PS2 como Black e Onimusha 3 chegando para PS4. A Microsoft fez algo parecido com o primeiro jogo da série Halo. É quase como um remake.
Bem, é isso. Grande abraço e nos vemos no próximo texto.